escasso.
era isso que me diziam. ‘a escassez um dia tomará conta do mundo’.
já era noite, olhava o relógio e parecia que aquele vazio ganhava uma proporção intangível e inimaginável a cada minuto que se passava. estava cansada mas sabia que o melhor era escrever e concluir aqueles inúmeros textos que não acabavam. cumprir prazos e mais prazos.
perturbada. a sensação era essa. não sabia e não fazia ideia de quais eram meus sonhos.
um dia, haviam me dito que sonhos são as coisas mais irrealizáveis… todo o resto eram projetos de vida.
“qual o seu sonho?”
não soube responder. me preocupei.
“você é nova, ainda vai descobrir… “
por algum motivo, neutralizei minha vontade de sonhar e… rotinizei. e o não sentir amor começou a me perturbar. o que me fascinava? o que me enchia os olhos? qual era a razão que me fazia sorrir?
“sou uma veterinária frustrada”
era o que respondia com tamanha neutralidade que passei a acreditar que o que eu exercia hoje como profissão, era muito mais uma frustração de uma não-frustração que escolhi que não seguiria, por inúmeros princípios. esquecia dos meus motivos e aos poucos, um pouco de mim mesma.
“viaje!”
e eu viajei. e entendi que não pertenço a esse e nenhum outro mundo. simplesmente, sobrevivo!
“trabalhe e conquiste tudo o que você deseja!”
me diga, você com todos os seus conselhos e sua experiência de vida, me diga, o que conquistar?
acredito em algumas coisas, acredito no amor pelas pessoas. acredito na felicidade e na elevação do Espírito. acredito que há que se faz, se paga. acredito em você, em mim, em Deus e em todos, até que me provem o contrário. e hoje… eu vivo acordada, realizando meu sonho de ser exatamente quem eu sou hoje e daqui um tempo, existirá a certeza de mais sonhos, mais sonhos… só para responder essa sua pergunta… o meu sonho?
é sempre estar exatamente aonde eu quero estar. chegar aonde eu quero chegar. ser exatamente quem eu sou.